Conheça 5 tipos de liderança e reconheça a melhor para sua equipe

Conheça 5 tipos de liderança e reconheça a melhor para sua equipe

Houve um pensador de nome Chiu Kung, nascido no norte da China na cidade de Tsu, atual província de Shantung, provavelmente em 551 a.C.  Ficou conhecido no mundo ocidental como Confúcio, viveu 72 anos e destacou-se como professor, filósofo e pensador apesar de uma vida sem recursos.  Como Jesus, Sócrates e Buda, sem qualquer expectativa de comparação, não deixou nenhuma obra escrita, mas seus discípulos coletaram pequenos provérbios do mestre, além de diálogos, e reuniram em vários textos. Teria sido contemporâneo de Sun Tzu, o Mestre da Guerra.

O confucionismo, nome dado ao legado por ele deixado, é a base da ética empresarial de muitos países, entre eles o Japão, a Coréia do Sul, Cingapura. Trata-se, segundo Ricardo Gonçalves (USP), de um sistema que encoraja o desenvolvimento econômico.

Conhecendo-se a obra de Confúcio, observa-se a figura do coach que ele de fato foi. Sempre presente com uma palavra desafiadora, solucionadora diante de uma dificuldade. De suas ideias construíram-se estratégias, definiram-se táticas operacionais, ajustaram-se processos decisórios para as nações, empresas e pessoas. É parte de seus princípios que a perfeição não pode ser atingida, mas a vida deve ser marcada pela busca do aperfeiçoamento.

Perguntado sobre quais seriam os princípios básicos para um bom governo, Confúcio disse: “ele deverá prover alimento suficiente, segurança suficiente e o povo deverá confiar nele”. Perguntado se precisássemos prescindir de um deles, qual seria o primeiro, Confúcio prontamente respondeu: “a segurança”. Se precisássemos renunciar a mais um, qual seria? Confúcio respondeu: “a alimentação, pois de fato morreremos um dia, mas sem confiança ninguém governa”.

O processo de construção da liderança é longo e não permite deslizes em sua essência. 

Um líder deve prover seus liderados de segurança criando um ambiente de trabalho propício, dados precisos e o compartilhamento constante do desenrolar dos acontecimentos. Cabe ao líder facilitar as interações internas e, principalmente, as externas mostrando sabedoria nos relacionamentos e servilidade diante das necessidades de seus liderados. O perfeito desempenho da equipe depende muito da disposição do líder em facilitar a realização de um trabalho específico de um liderado, de sua postura correta, das ações coerentes, de seu exemplo e sua dedicação ao grupo.

Os liderados precisam ver suas necessidades básicas atendidas, suas expectativas pessoais respeitadas e apoiadas, as promessas que os motivaram nos momentos difíceis serem cumpridas. Isso é encargo inegociável da liderança. Não há uma real dicotomia entre a vida profissional e a vida pessoal, há uma interferência mútua que, se não for bem tratada, pode representar perdas em ambas as áreas. O líder deve estar próximo das pessoas para entender e apoiar quando for devido.

As atitudes tratadas nos dois parágrafos anteriores permitem que haja a confiança que é a principal força motriz da liderança, sem ela nada se faz. Um líder desacreditado passa a agir como um comandante, deixa de ter pessoas que os seguem para ter pessoas que o temem e deixam de contribuir além do previsto, tornam-se dependentes de procedimentos, regras e se defendem por meio delas. Não há expectativa de liderança onde não há confiança.

Quando questionado sobre o discurso do líder, Confúcio se expressa destacando que ao olharmos o líder ele parece virtuoso, quando nos aproximamos ele é bondoso e quando ouvimos suas palavras ele é rigoroso.

A complacência, ou seja, a tendência a ceder para se tornar agradável a outrem coloca em xeque a liderança. Uma empresa é um organismo vivo, pois é constituída por pessoas ligadas a objetivos, metas e processos sinérgicos o que a torna susceptível a reações e problemas similares aos observados nos humanos. É função da liderança gerir as reações desencadeadas e fazer com que os resultados dessas interações contribuam para o crescimento da empresa. O líder deve ser admirado pois, assim, as pessoas buscam se aproximar dele, ser receptivo para que queiram estar a seu lado e rigoroso para que não caia na tentação de ser complacente.

O resultado é um fator inquestionável na avaliação da liderança que representa uma dupla função, os interesses da organização diante dos colaboradores e os interesses dos colaboradores diante da organização. A hierarquia existe e as tensões entre os diferentes níveis podem ser inevitáveis. Os relacionamentos, muitas vezes, são marcados pela emoção e as organizações, como já citado, são também estruturas vivas que vão mudando à medida que o tempo passa. Liderar sempre será sinônimo de administrar processos de mudança.

O perfeito entendimento do papel que representa dentro da estrutura hierárquica constituída é condição básica para a boa liderança, associado ao conhecimento técnico genérico que permita discutir com os colaboradores, que esses sim são os técnicos por excelência, o desenrolar dos trabalhos. A comunicação profissional é importante no trato das conciliações de interesses, é preciso gerar ideias e fazer com que os outros se entusiasmem com elas e, obviamente, se entusiasmar com ideias de outros.

A capacidade de tomar decisões com consciência do ato realizado é uma competência básica das lideranças que facilita a definição da medida certa das inevitáveis mudanças.

Quando questionado sobre as atitudes do líder, Confúcio se refere a estas, lembrando que quem lidera orientado pela virtude, iguala-se à Estrela Polar, coloca-se no seu lugar e todas as outras estrelas se orientam por ele. Quanto mais o conhecemos, mais lhe damos atenção.

A pressão exercida sobre um líder exige que ele domine suas ferramentas, seja um artesão apresentando e organizando metas, decidindo e controlando ocorrências e colaboradores.

Mas a pergunta que permanece é: o que os líderes bem-sucedidos têm em comum? Um estudo do Instituto Gallup, comentado no livro “Primeiro quebre todas as regras” de Marcus Buckingham e Curt Coffman, apresenta um resultado surpreendente, pois os líderes bem-sucedidos trabalham de formas diferentes, portanto, não há receitas. Algumas conclusões são possíveis, os líderes bem-sucedidos são pessoas abertas ao diálogo, ao ouvir, ao planejar com rigor; sabe que sempre existirão diferenças; empenham-se ativamente; olham sempre os pontos fortes de seus colaboradores fazendo a gestão por meio desses e possibilitam o aparecimento do talento.

Nada é tão poderoso como um exemplo, um líder humilde é notado por seus colaboradores que seguem seu exemplo, trabalham em equipe e elevam os ânimos. Ele deve ser visto como exemplo e, então, será a Estrela Polar a ser seguida. As pessoas seguem suas palavras e o seguem com prazer.

Quanto às ações da liderança, Confúcio falou que sempre se deve tomar a dianteira dos outros e esforçar-se mais do que eles, não demonstrar nenhum cansaço.

Não existe nenhum cartão de visitas onde esteja escrito “líder”, a liderança é um requisito a ser conquistado, vislumbrado por terceiros e não uma constatação pessoal. Requer um prévio preparo para o que há de vir. Ao final, um líder deve ter equilíbrio para neutralizar de forma competente os obstáculos que surgem, ter potencial para sempre agregar algo mais em seu saber, firmeza de valores e resistência, fazer o que gosta na vida tornando o trabalho uma fonte de prazer, se interessar realmente pelas pessoas, ter agilidade mental decorrente da experiência e dos conhecimentos adquiridos e uma real abertura diante do novo.

Perguntado sobre o falar, Confúcio foi enfático e disse que quando estiver diante de um homem distinto pela posição e virtude, evite três erros: se você dirige a palavra antes que ele lhe faça uma pergunta, é precipitação. Se, interrogado por ele, não responde, é falta de clareza. Se lhe fala antes de verificar se ele está prestando a atenção em você, é cegueira.

O que se fala é fruto do que vivenciamos e está consolidado em uma forma nem sempre consciente, é o chamado conhecimento tácito. O homem tem uma capacidade de aprendizado muito maior do que ele pode observar de maneira consciente. Tem a sua disposição arquivos contendo tudo o que viu, leu, sentiu e viveu e esse conhecimento vem à tona sempre que somos confrontados. A capacidade de utilizar-se desse recurso varia de pessoa para pessoa e é fruto principalmente da experiência pessoal.

A liderança é uma virtude da qual todos somos detentores, sendo que, para alguns, despontam em grandes eventos e para outros em eventos menores. É, portanto, fato que todo homem é líder em pelo menos um dos tantos processos que a vida coloca à sua frente, é preciso assumir isso e tomar cuidado ao falar.

Como última colocação, perguntaram a Confúcio, parafraseando, sobre as escolhas na empresa, as preferências hierárquicas, a construção de um organograma, ele assim falou: “não lamente não ter um cargo e, sim, não se haver se tornado digno dele, não sofra porque não o reconhecem, mas sim porque não merece ser reconhecido”.

A liderança sempre será uma escolha pessoal referendada pelos que estão no entorno. Não há como se tornar um líder sem se preparar para a liderança e o se preparar é um processo a ser amplamente estudado, sobejamente entendido e sabiamente implementado.

Estar líder, sobreviver na selva corporativa requer, antes de mais nada, atenção ao que acontece à sua volta e respeitar as regras da sociedade que é um dos conceitos cruciais do confucionismo.

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