Quando alguma coisa dá errado, o ser humano tem como prática bastante sistematizada de tentar entender quais foram os pontos que levaram à falha ou problema.
Esse estudo de caso é super importante para aprendermos com os erros e não cometê-los mais, assim ao mapear os principais pontos falhos ou erros cometidos conseguimos evoluir.
Já quando as coisas “dão certo”, as pessoas, em geral, não se preocupam em entender quais foram os fatores críticos do sucesso. O mais comum é celebrar o sucesso e partirmos para outra, ou para o próximo desafio.
Neste momento é que perdemos uma grande oportunidade de também evoluirmos com os aprendizados dos acertos.
Cansei de ver situações muito parecidas com outras que no passado deram muito certo darem errado, justamente por não haver uma prática de lições aprendidas do sucesso. E ao repetir a fórmula quase que de forma igual não dão certo, pois o “pulo do gato” que fez o sucesso anterior foi deixado de lado e esquecido.
Portanto, a primeira dica que gostaríamos de deixar aqui é de que você adote a prática de entender quais os fatores críticos do sucesso atingido.
Nesta linha de discutir casos em grupo tem outra prática pouco adotada no Brasil que é a de simulação de situações da vida real. É interessante que quando nós queremos praticar algum esporte, ou tocar algum instrumento, passamos horas, dias, semanas, meses treinando, mas quando se trata da nossa vida profissional, quase não treinamos.
Vamos direto para o jogo, valendo vaga na próxima fase da competição sem sequer dar uma treinadinha. Porque as equipes de vendas, ao se reunirem não fazem sessões de treino das situações mais complexas e comuns que acontecem com eles?
Por exemplo. Um vendedor faz o papel do cliente e o outro vendedor faz o papel de vendedor e eles simulam uma situação comum vivida. Podemos inclusive pedir a ajuda dos outros colegas que estejam assistindo à essa simulação para ajudarem o vendedor no seu papel, com sugestões de como lidar com a situação.
Assim todos poderiam aprender e treinar na hora em que se errarmos o custo para a organização seria muito mais baixo do que na hora da verdade, na hora do “vamos ver”, na frente do cliente.
Esse é mais um dos porquês da importância de discutirmos em grupo, contudo, talvez o porquê mais importante de todos é o que apresento a seguir:
Baseado em uma metodologia denominada estruturas libertadoras, podemos promover discussão de casos reais trazidos pelos participantes com a seguinte dinâmica.
Um participante apresenta seu caso, explica o que está passando, seja um problema, uma decisão que precisa tomar, ou qualquer outro assunto importante para ele(a), e ao final apresenta qual contribuição gostaria de receber do grupo, uma pergunta a ser respondida, por exemplo.
Após essa apresentação, todos os outros participantes fazem perguntas ao apresentador com o objetivo de esclarecer pontos que não ficaram claros, ou até mesmo aprofundar o entendimento de algum tema relevante para a resposta da pergunta feita pelo apresentador.
Após a sessão de sabatina, cada participante dá a sua sugestão de como resolver e/ou endereçar a pergunta feita pelo apresentador.
Esse processo de discussão de caso apresentado acima, traz grandes aprendizados não apenas para quem está apresentando seu caso e expondo sua pergunta, mas também para todos os participantes, afinal eu ao ouvir o racional e posicionamento de outros colegas que também estão dando sua sugestão de como endereçar o caso, acabo também me desenvolvendo, mesmo quando o caso que está sendo discutido não é o meu caso e eu apenas sou um participante que fiz as minhas perguntas e apresentei minha sugestão.
Esse é o conceito no qual o grupo aprende com o próprio grupo. Claro que para que isso funcione é necessário que haja um ambiente seguro, de confiança e respeito por todos, bem como um nível mínimo de maturidade dos participantes.
Portanto podemos concluir que a discussão de casos, sejam eles quais forem, são formas muito ricas e importantes para que as pessoas possam se desenvolver e evoluir, afinal é uma oportunidade única de aprender com os erros e os acertos, sejam eles seus ou dos outros.
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