O Brasil é um país que tem majoritariamente uma cultura de estudar pouco, uma das frases que mais ouvimos é a seguinte: “meu filho(a) já terminou os estudos”!
Contudo com o avanço do conceito de lifelong learning, ou, em uma tradução livre “vida longa de aprendizado”, fazendo com que as pessoas, principalmente no topo da pirâmide social, compreendam a importância do aprendizado e desenvolvimento contínuo.
Como falou o pensador Alvin Toffler, “O analfabeto do século XXI não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue aprender, desaprender e reaprender.”.
Com essa evolução, principalmente nas camadas mais instruídas da sociedade brasileira, o crescimento de cursos de extensão universitária, sejam de longa duração, tipo pós graduação ou MBAs, sejam de curta duração em assuntos específicos estão crescendo de forma significativa.
Contudo o grande desafio para as pessoas que frequentam esses cursos é o de fazer a conexão do aprendizado em sala de aula com a vida real, o dia a dia nas empresas. Muitas vezes o que acabamos por aprender na sala de aula pouco se aplicam na nossa rotina, seja porque o conceito ensinado é demasiadamente “duro” e pouco flexível para sua adaptação à vida real, seja por uma questão de cultura da empresa em que essa pessoa esteja envolvida.
O fato de termos hoje em dia pessoas mais bem preparadas e atualizadas para o mercado de trabalho é extremamente positivo, mesmo que as aplicabilidades ainda não sejam 100% possíveis. Afinal se eu estou melhor preparado e os meus pares não estão, ou até mesmo meu chefe não está, eventualmente essas colegas e superiores poderão tentar desqualificar minha sugestão por um receio, ou até mesmo um medo de serem superados.
Uma alternativa que vem ganhando impulso no mundo todo e também no Brasil é a educação executiva fora da sala de aula, em um ambiente mais informal e menos “quadrado” e rígido, onde as experiências têm grande valor na transmissão e absorção do conhecimento.
O cone do aprendizado, que apresentamos a seguir foi desenvolvido a partir do conceito trazido por Edgar Dale em 1969, e, até hoje serve de referência para a compreensão de como aprendemos e qual a eficiência no aprendizado:

Vale ressaltar que a sala de aula está na parte intermediária do cone, com uma eficiência de 50%, enquanto o aprendizado baseado nas experiências chega aos impressionantes 90%.
Justamente por isso que essa forma “nova” de educação executiva vem crescendo de forma significativa no Brasil e no mundo.
Isso é um ótimo sinal, afinal de contas, para que possamos nos manter competitivos dentro do mercado de trabalho, e nossas empresas na economia, seja ela nacional, seja ela mundial, termos executivos mais bem preparados e capacitados é chave.
Afinal de contas, uma das grandes virtudes que fazem dos executivos brasileiros obterem sucesso em empreitadas fora do Brasil em empresas multinacionais, também é um dos maiores problemas.
Nosso jogo de cintura, que aprendemos ao longo dos anos, seja pela herança inflacionária, seja pela “loucura” que é fazer negócios no Brasil, cujas regras são muito “flexíveis” e mutáveis, ao mesmo tempo coloca nossos executivos em posição de destaque nas organizações por essa flexibilidade.
Contudo esse jogo de cintura traz consigo uma sensação de que “eu consigo me virar em qualquer situação” fazendo com que, em muitos casos, os executivos não se preparem adequadamente, seja para uma reunião, seja para o crescimento da sua carreira.
O grande desafio é o de manter esse jogo de cintura e flexibilidade para continuarmos a sermos muito ágeis nas nossas tomadas de decisões e forma de gerirmos os negócios, mas ao mesmo tempo aprendermos que a preparação é chave para o sucesso.
Como eu sempre digo, “eu sou uma pessoa de sorte, quanto mais eu estudo e mais me preparo mais sorte eu tenho”!
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